Ok, escrever o texto acima é a parte fácil. A parte difícil é escrever o mesmo texto em uma linguagem de programação.
Por exemplo, o que quer dizer 'vasculhar'? Em algum lugar, alguém vai ter que descrever detalhadamente o que é este 'vasculhar' : o robô deve olhar um pouquinho para a direita, depois um pouquinho para a esquerda, depois, se ainda não enxergou outro robô, olhar mais ainda para a direita, e assim por diante? E "partir"? Significa andar em linha reta para frente? E quando bater na borda do campo de batalha, o que faz?
Lógica de programação - a técnica de descrever detalhadamente todos os comandos que precisam ser executados - não é nada fácil. Não se parece com português, com matemática, com qualquer das matérias tradicionais do colégio.
Programar é difícil.
Até porque, mesmo que alguém tente convencê-lo do contrário, não é assim que nós pensamos. Se você está no gol e vem uma bola em sua direção, você não pensa: "a bola está em cima de mim, vou levantar os braços. Levantar mais um pouco. Mais um pouco. Não vai dar, vou ter que recuar. Mover perna esquerda para trás. Mudar o peso. Mover perna direita. Voltar a mover os braços....".
A esta altura já foi gol há muito tempo. Computadores - pelo menos a grande maioria - não pensam como nós.
Programar é muito difícil, mas existe uma vantagem, especialmente para os jovens: as coisas não precisam ser fáceis. Qualquer criança já lidou com muitas coisas difíceis. Falar, caminhar, escrever, todas muito mais difíceis que programar.
O que "programar" não pode é ser chato. Não se você quer ensinar para jovens de 11, 12 anos (jovens um pouco mais velhos, já preocupados com emprego e que acreditam que um diploma vai fazer a diferença, são mais tolerantes com coisas chatas).
E como se ensina programação sem ser chato?
Existem algumas formas.
Em nosso novo curso Guerra de Robôs: Introdução a Java para 11 a 16 anos, o que nós fizemos foi o seguinte:
Nós não ensinamos programação.
Nós ensinamos a destruir o robô azul.
Nenhum comentário:
Postar um comentário